Uma das estratégias políticas mais comuns no Brasil -
principalmente nos pequenos municípios- , é a divisão das famílias para a
perpetuação no poder. No poder não, nas benesses do poder público via
carguinhos, contratos e parcerias. O negócio é jamais perder a boquinha. Em Búzios
temos diversos exemplos. Vale tudo na briga pelo poder político - e seus
privilégios. Só um idiota pode acreditar que mãe e filho, marido e mulher,
primo e prima brigarão de verdade por causa de política. Uma vez alcançado o
intuito, a paz volta a reinar no lar supostamente dividido. É tudo da boca pra
fora para encher o bolso de fora pra dentro.Nada contra afinal, cada um usa as
armas que tem. Mas não me venham com a balela que a cisão é pelo bem da
cidade.
A ex-secretaria de Promoção Social Cláudia Carrilho saiu do
governo e passou a criticar vorazmente o prefeito André Granado. Cláudia ocupou
um cargo importantíssimo do ponto de vista político, e saiu do governo mais
forte graça ao apoio do prefeito e hoje, ao criticar um governo que até outro
dia era seu, cospe no prato que comeu, e por uma dessas loucuras da política,
come no prato que cuspiu pois sua família continua aboletada na pasta. Seu
filho Joãozinho ocupa a pasta que já foi sua. A família Carrilho está brigada
com o governo, mas só parte dela.
E como em Búzios as
pessoas têm mania de personalizar as criticas, ao apontar o dedo para o governo
a ex-secretária critica a própria família. O que pode ser visto como uma
critica oportunista. Ao invés de mostrar o que poderia fazer, ela insiste em
citar o que não foi feito. A culpa nesse
caso é sempre do chefe do executivo e nunca de quem foi nomeado para fazer o
que tinha que ser feito. Levou quase três anos para perceber que não
conseguiria fazer o que queria e que era possível aos seus olhos?!?!
Cláudia Carrilho (na verdade não sei se ainda usa o
sobrenome do ex-marido) diz que saiu
magoada com André. E se juntou ao também magoado Cláudio Agualusa. Parece nome
de dupla caipira. Cláudia e Cláudio. Outro chorão, cujo único objetivo é tirar
André do governo. Não porque tenha algo melhor para fazer no lugar ou alguém
mais interessante para indicar e sim, pelo desejo pessoal de evitar a reeleição
do prefeito. O problema de Agualusa é estritamente pessoal. Ele não engole o
fato de André ter virado o principal líder político da cidade. André poderia
ser o melhor prefeito do mundo e mesmo assim Agualusa faria campanha contra. É
contra porque é contra e ponto final.
Mas a política também pode ser grande. Um dia, o líder
comunista Luis Carlos Prestes declarou apoio a Getúlio Vargas, que tentava
voltar a presidência e disputava a
eleição de 1950 contra o brigadeiro
Eduardo Gomes. Um amigo estranhou o apoio e lembrou a Prestes que Getúlio em 1936
havia entregue sua ex-mulher Olga Benário (então grávida de Prestes) ao Hitler.
Olga era judia e foi parar num campo de concentração, aonde morreu numa câmara
de gás na páscoa de 1942 no campo de extermínio de Bernburg.
-Eu sei, mas no
momento é preciso ver o que é o melhor para o Brasil, respondeu Prestes.
Coisas da grande política...
A ex-secretária que sonha com vôos mais altos, ganhou é
verdade, alguma projeção eleitoral depois de trabalhar no governo municipal. E
tem sim, grande traquejo político. É carismática e nunca foi uma política
carreirista. Mas também é verdade que na
família, quem detém o poder político ainda é seu filho Joãozinho e seu
ex-marido João Carrilho. Para pleitear o mais alto cargo político da cidade a
ex-secretaria terá que criar sua própria historia e parar de apontar o dedo para os outros.
Ninguém cresce apenas mostrando os defeitos alheios. Antes de mais nada, será
preciso mostrar seus próprios predicados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário