PESQUISA: Prefeito de Búzios

Por Sandro Peixoto

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Governar é errar e acertar







Por Sandro Peixoto

Que sou eleitor do Dr. André todo mundo está cansado de saber. Irei votar nele novamente, não que concorde com tudo que o mesmo fez em seu primeiro mandato e sim, pela simples percepção que no atual momento, André é o nome mais indicado para administrar a cidade. Mesmo enfrentando a pior crise econômica que a cidade já passou (somente em repasses dos Royalties de petróleo, o furo foi de quase 100 milhões nos últimos três anos, e o orçamento previsto e votado pela Câmara jamais se realizou). André faz malabarismo e conseguiu manter os serviços e os salários em dia. Foi o único município da região a conseguir. 

O prefeito conseguiu ainda bater o recorde de  convênios. Juntando os acordos firmados entre o município e os governos estadual e federal, chegamos a 50 milhões de reais que se transformaram em importantes obras para o povo buziano, como a Praça da Rasa, as Unidades Básicas da Saúde  na Rasa em José Gonçalves, a urbanização de 5 ruas no bairro da Boa Vista e o  mercado do Artesão na Estrada da Usina. Obra essa iniciada ainda no primeiro governo do ex-prefeito Mirinho e que havia virado uma ruína.  O prefeito André ainda trouxe para a cidade o CVT (Centro Vocacional Tecnológico) e a urbanização da estrada da Praia da Tartaruga. 

Se de um lado acertou ao equilibrar as contas e modernizar parte da administração, pecou em manter em seu governo secretários fracos e assessores desinteressados. Para piorar, não mudou o modus operandi herdado do governo Mirinho. A coleta de lixo continua cara e incipiente, o aluguel de carros para o município continua uma caixa preta e os salários consomem mais da metade do orçamento. Parte considerável deste gasto é usado na contratação de pessoas despreparadas e desnecessárias. André não entendeu seu momento histórico e preferiu se aliar a velha guarda política da cidade. Acabou refém de parte dela. Justamente da banda mais controversa. Ele que era o diferente, acabou ficando igual ao se unir ao passado. Uma pena. 

Terá, no entanto, uma segunda chance com a provável reeleição. É o que espero e por isso minha decisão. De Mirinho nada aguardo, além da mesma mediocridade histórica. Ao assumir a cidade pela terceira vez em 2009, Mirinho tinha um orçamento de 200 milhões de reais. Alertou que ninguém esperasse mais que um governo feijão com arroz. O povo não gostou da receita sem sal e lhe negou a reeleição. Já Felipe Lopes não tem capacidade para administrar a cidade. Para piorar,  o candidato que representa um grupo poderoso que têm objetivos claros e nem sempre declaráveis. Mesma coisa Alexandre Martins, que como vereador e vice-prefeito de Mirinho sempre se ajoelhou para os representantes da especulação imobiliária. Mesmo sendo evangélico, Alexandre sempre rezou pela cartilha dessa turma. A candidatura de Cláudio Agualusa é folclórica e por isso não merece maiores comentários. 

Voltemos ao atual prefeito. Como já escrevi acima, André tem muitas dívidas com os eleitores que lhe confiaram o voto. Sou um deles. Porém, assim como tantos, continuo acreditando em sua capacidade de errar, rever suas escolhas e acertar. Um dia, no seu gabinete ele me confessou que não estava satisfeito com seu governo. Vi em seus olhos uma imensa vontade de melhorar. Isso me fez renovar o voto de confiança, e, portanto, além de votar, vou pedir votos pela cidade. Não existe prefeito ideal. Como a palavra já diz, é algo que só existe na ideia. Devemos colocar os dois pés no chão, analisar o momento político sem paixão ou rancor e escolher a melhor pessoa para cuidar da cidade. Mesmo que a ela tenhamos aversão. Por não poder mais se “treeleger” (risos) talvez em seu segundo mandato André faça o que sabe que tem que fazer. Possa realizar sem as amarras do passado, o governo que sonhou realizar. 

É como tomar um remédio amargo que sabemos que vai ajudar. Nos últimos anos escutei inúmeras criticas ao governo André. Verossímeis muitas das vezes. Eu mesmo sou um crítico contumaz. A maioria das criticas, no entanto, são feitas por pessoas desinformadas ou desonestas. Aquela gente que ficou de pé na dança das cadeiras, que acontece a cada 4 anos quando temos eleição para prefeito. É sempre assim: quem está sentando não quer levantar, quem está em pé quer tomar o lugar. Quem está sentado só se mantém mostrando serviço. Quem está de pé, no entanto, só toma o lugar mentindo ou atacando. A sociedade séria tem que ficar distante desta briga pelo poder e votar em que melhor pode cuidar dela. É o que acho.

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